sexta-feira, 11 de julho de 2008

O PATRÃO E A CRIADA

Versão de Fortios (concelho de Portalegre). Recitada por Rosa Antão Carrilho, de 73 anos. Recolhida em 2001. Transcrição de Ruy Ventura.


"Deolinda, tu não sabes a dor que o meu peito sente,
Em te não vendo em casa, fico logo descontente,
Em ouvindo a tua fala, fico louco de repente."
"Olha a graça do patrão, dá-me vontade de rir.
Não me estejas com chalaças, que a patroa pode ouvir."
"A patroa está dormindo, não ouve o que a gente diz.
Faz o serviço bem feito, que ainda vens a ser feliz.
No dia que eu fizer anos vais comigo a Paris."
"Era agora o que faltava era eu ir para o estrangeiro
Para fazer essa viagem, patrão, não tenho dinheiro.
Tenho os meus três muito certos guardados no mealheiro."
"É por esses três, menina, que tu tens em teu poder.
Qual é que há-de ser o dia em que me os hás-de deixar ver?
Tenho coragem e dinheiro para o mealheiro encher."
"A patroa também tem um mealheiro já usado.
Ainda há pouco que eu lho vi, que está todo escangalhado.
Deve ser do dinheiro que o patrão lá tem deitado."

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