quinta-feira, 5 de junho de 2008

SOLDADO ESQUECIDO PELA NOIVA
EXPÕE-SE À MORTE NA BATALHA

Versão de Carvalhal, freguesia do Salvador da Aramenha (concelho de Marvão), recitada por Maria Josefa Baptista, nascida em 1919. Recolhida por Ruy Ventura em 31.03.2001.

António, que levara para a guerra um pombo de correio encantador
P'ra mandar notícias parà terra à sua noiva amada, Lianor.
À hora da partida o juramento. Ele disse a chorar: "Deus te dê sorte!"
[..............................................] Ela jurou ser dele até à morte.
E um dia pelo pombo, entre promessas, mandou-lhe dizer tristes infindas:
"Sou teu, sou pela Pátria, não me esqueças, sou vivo e se morrer sou teu ainda."
Um dia estando ele muito desorto, vendo o retrato dela, nostalgia,
Quando lhe cai aos pés um pombo morto com um simples bilhete que dizia:
"Cobrei meu juramento, eu bem sei, e tu não voltas mais à nossa terra.
Esquece-te de mim, qu' eu já casei. Desejo-te que sejas feliz aí na guerra."
António gargalhou em voz tremente, deu gritos cheio de raiva, cheio de dor.
Expôs o peito ao fogo heroicamente, morreu sempre a chamar p'la Lianor.

3 comentários:

Anónimo disse...

Esta letra faz-me lembrar os meus tempos de criança. Era o fado que o meu pai cantava quando eu tinha os meus 5/6 anos em 1956/57. Ele cantava este fado quando ja estava com um copito a mais.
Para mim é um momento muito forte de nostalgia quando me lembro desta letra.
Um abraço
Ludovic ANDURAO

Anónimo disse...

A minha mãe também canta este fado.
Gostava muito de saber quem é o cantor ou o autor, pois adorava que ela o ouvisse de novo.

Anónimo disse...

E como é que se chama o fado? A minha mãe também o cantava, mas não sabe o título. Se souber o nome, posso procurá-lo no YouTube, há tantos fados antigos por lá...

Pesquisar neste blogue

Etiquetas

Arquivo do blogue

PORTALEGRE: CLASSIFICAR PATRIMÓNIO, APAGAR PATRIMÓNIO             Segundo noticiou o jornal “Alto Alentejo”, na sua edição ...